sábado, 26 de maio de 2012

comme musique

je marche dans la rue
peu importe dans quelle direction
ce type de chose n'importe pas
quelque fois, je même me perds
en pensant à toi

avec les écouteurs dans mes oreilles
tout à coup
je suis à l'interior de nos musiques

sais-tu, mon amour?
ce que, dernièrement, tous les chansons d'amour
sont devenus nos
mes et tes
simplesment
parce que elles parlent de l'amour

et moi et toi,
soudain,
nous sommes devenus les sujets principaux
de toute la existence

peso

ultimamente tenho me sentido muito pesada
talvez pelas cargas
de expectativas postas sobre mim
tanto pelos outros
quanto - e principalmente - por mim mesma

além disso
tenho sentido uma dificuldade tão grande
de saber o que eu quero
de notar em que direção estou indo
o que tenho buscado

tenho
por isso
ficado nesse marasmo
nesse limbo
o famoso "não fode nem sai de cima"
sim, acho que estou nessa
e vejo,
vindo de longe
mas se aproximando
cada expectativa
cada sonho
dos outros pra mim
meu pelos outros
dos outros por mim
de mim pelos outros
de mim para os outros
dos outros comigo
de mim com os outros
meus com os outros
ai, que confusão!

infinitas cargas
que me aflingem
mais e mais

não sei se correspondo a isso
e mais
mal sei se quero isso, Deus

de repente,
me vejo com a vida traçada
de-ta-lha-da-men-te
cada passo
pré-determinado

agora só depende de mim
é o que dizem

o que depende de mim?
corresponder, simplesmente?
ao que esperam?
ao caminho que eu ameacei traçar,
mas mal conheço?

como sou criança...
uma doce menina
que ontem mesmo
brincava de bonecas
escrevia bilhetinho na sala de aula para as amigas
sonhava que o menino mais bonito da sala
era também o meu futuro príncipe encantado
achava que a vida era assim, simples
acreditando nas palavras que meu pai dizia pra mim
em voz suave
naquele tom de amor
carinhosamente
nos meus ouvidos
"filha, você pode ser qualquer coisa que quiser ser no mundo"

quem dera tudo fosse tão simples
e bastasse chegar em casa chorando
pra resolverem tudo pra mim
confortarem minh'alma e coração
e me deixarem nova pro dia seguinte

quem dera

a adolescencia chegou e passou
- época terrível -
e as responsabilidades que chegaram
não mais se vão
o tempo não volta
e não pára
não da pra voltar atrás, baby

acho que o peso que tenho sentido
afinal
até que está bem justificado



quinta-feira, 17 de maio de 2012

"Amor?"

Cansada de brigas, desligo o celular porque hoje quero tentar dormir tranquila. Como o sono não vem fácil assim, ligo a TV e, por acaso - ou não -, no GNT ta passando aquele documentário chamado "Amor?". Decidi assistir.

Não tinha sido a primeira vez que o assisti, apesar de sempre pegar o filme no meio e ir descobrindo uma nova parte dele toda vez que tá passando pela tv. Contudo, dessa vez foi diferente, a coincidência do documentário estar passando naquela hora, depois de tanto desgate, me fez pensar e, mais do que isso, analisar o meu próprio relacionamento amoroso.

Para quem não sabe, o documentário fala sobre o limite entre o amor e a violência, tratando de relatos reais nos quais a face violenta da paixão foi se mostrando nas relações amorosas em questão. Não se trata se um documentário sobre violência doméstica simplesmente, tendo por objetivo a análise dessa fronteira: afinal, onde acaba a paixão e onde começa a violência?

A princípio, nos deparar com essas histórias de ciúmes, culpa, dor e poder excessivos em meio a relacionamentos de pessoas comuns, de classe média, que aparentemente poderiam ser nossos pais, irmãos, vizinhos, amigos, acaba nos assustando um pouco. Normalmente, não atentamos para o fato de que na nossa casa ou, de repente, no nosso prédio, diariamente estão sendo escritas histórias sobre violência moral, psicológica e física nos relacionamentos amorosos. A maneira que essas pessoas deixam que tais sentimentos doentios se externalizem em violência de todo o tipo parece estranha a nós, nos assusta. Como é possível perder a cabeça dessa forma? Aí que se encaixam, inclusive, os crimes passionais, frutos desse momento de desespero que leva à erupção da violência.

Como explicado por João Jardim, diretor do filme, o documentário não é simplesmente sobre a patologia em questão. O que o interessou foi o lado do amor que seria o peso que, contraposto ao da violência quase diária, ganharia a batalha a cada vez que a vítima (e será que existe vítima strictu sensu numa situação dessas?) analisava se deveria ou não abandonar o barco já repleto de furos - mas afinal, até quando esse baldinho de kit de praia infantil vai dar conta de tirar essa água que não para de entrar no barco? Até quando vou precisar fazer esse esforço praticamente ineficaz em prol do "amor"?  

Na minha humilde ignorância sobre o assunto, desconfio que os agressores desses referidos relacionamentos não necessariamente sejam apaixonados pelas pessoas objetos de seus ataques de fúria, de suas tentativas de anular auto estima do outro e da própria violência física, mas sim apaixonados pelo drama.

Há algumas semanas, saí para beber uma cerveja com uma sábia amiga minha e, durante a análise do comportamento aparentemente incompreensível de uma terceira, também minha amiga, ela disse que a tal menina parecia ser viciada no drama.

De fato, fazia sentido. Tanto fazia que, por ser assim, a tal menina estuda Cinema hoje em dia.

A cerveja até esquentou de tanto que conversamos, mas a conversa acabou e isso ficou na minha cabeça.

De fato, tem gente que é viciada no drama. Olha, não to falando de gente que reclama diariamente do trabalho, do namorado(a) ou do tempo - isso pode ser só mal humor, cansaço ou chatice, males do qual eu e metade do mundo também padecemos. Eu to falando de vício em drama mesmo, naquela pessoa que está sempre definhaaando, sofreeendo, amaaando de paixão e se descabelaaando por aí.

Agora vou voltar pro começo da minha história pra tentar ligar uma coisa na outra: bem, como eu disse, já havia visto o filme algumas vezes, mas dessa vez eu percebi que estava inserida numa relação violenta.

Assim como tendemos a nos assustar quando pensamos que existem relacionamentos amorosos muito violentos acontecendo agora em meios muito próximos a gente, temos dificuldade de perceber que estamos  inseridos numa situação dessas.

Quando há violência física, acredito que o tempo necessário para "a ficha cair" seja menor, até porque os outros tipos de violência são pouco tratados na nossa sociedade. Se uma amiga sua te diz que o namorado bateu nela, você e qualquer pessoa logo vão se revoltar e dizer que ela não pode aceitar isso, que precisa terminar e todo aquele discurso o qual já conhecemos bem. E se ela te contar que o namorado a insultou, a humilhou? Nem todo mundo vai dizer de cara que ela precisa sair dessa. É capaz da pessoa até tentar melhorar a situação do cara, dizendo que ele podia estar de cabeça quente pelo motivo X ou Y e que ama muito ela, por isso ás vezes acaba se comportando assim.

Apesar de pouco apresentada na nossa sociedade, a violência moral e psicológica pode provocar tantos danos quanto à física - as cicatrizes podem, inclusive, ser mais profundas, dependendo do caso. O olhar de censura e as alfinetadas do começo do relacionamento vão ficando cada vez mais frequentes e o desejo de humilhar e ofender o parceiro acaba, eventual e gradualmente, por destruir a auto estima deste que, consequentemente, se deprime e se culpa.

Decididamente, o excesso de controle, manifestações de poder, ciúmes excessivos e ameaças, entre outras coisas, não são características de um relacionamento minimamente saudável, constituindo patologia. Quando finalmente absorvermos isso, poderemos, a partir daí, repelir tais comportamentos, afastando os relacionamentos que nos agrida com tal violência de nossas vidas e, de repente, até do dia a dia de pessoas próximas, através de conselhos em meio a um desabafo de um amigo.

Resumindo, definitivamente, não é porque o cara - ou a mulher, quem disse que só o homem tende a agredir nesse sentido? - não te deu um tapa que o caso/namoro/casamento de vocês não é violento.



quinta-feira, 10 de maio de 2012

sim, esse é pra você!

você pega,
aparece na hora certa
e me estende a mão,
o braço,
o ombro
e o que mais for!

me consola,
me ouvindo falar
de um outro amor
organiza minhas idéias
vai cicatrizando minhas feridas..

e me convence,
depois de terem
quase que anulado
a minha auto estima,
que eu mereço mais

meu bem,
aqui,
nesse poeminha-recado,
sem pretensão de ser poesia,
eu queria só te dizer
um obrigada